A última batalha?
O Vasco já nasceu desafiando a burguesia. O Vasco foi o primeiro clube a aceitar jogadores negros e de classes sociais mais baixas em um contexto em que o futebol no Brasil era predominantemente restrito a jogadores brancos e de classe alta.
A burguesia foi obrigada a aceitar o Vasco, com a pressão do povo, mas nunca perdoou.
O contexto político e esportivo no Brasil em 1924 era muito diferente do que conhecemos hoje. A mídia também se transformou em algo muito mais poderoso.
Muitas mudanças aconteceram, mas os ataques contra o Vasco continuaram, de diferentes formas. O Vasco sempre será visto como uma ameaça por certos setores da sociedade. O passado pode ter deixado cicatrizes e polarizações que persistem até hoje.
O Vasco desafiou a grande mídia. Desafiou a globo. Se não fosse sua torcida, o Vasco não mais existiria. Historicamente, os fatos negativos sobre o Vasco, ações dos seus líderes em diferentes épocas são sempre amplificadas. Por outro lado, as ações positivas e conquistas são minimizadas ou escondidas.
Isso não acontece da mesma forma com os outros grandes, aqueles da zona sul do Rio, onde moram os ricos. Em troca, esses clubes sempre terão espaços garantidos como figurantes do mais querido.
Estamos sob ataque novamente. Um novo ataque, diferente, disfarçado, mas não seja ingênuo. Não se trata de uma luta do Vasco contra o Vasco. O inimigo está dentro das nossas trincheiras. Talvez seja a última batalha.