Resumo de noticias matinais
10/01/2025
Plano de quitação de dívidas do Vasco tem limite de R$ 5 milhões e aporte por venda de jogador; confira detalhes
O Vasco espera para este início de ano notícia importante do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro: a homologação do plano de pagamento de credores trabalhistas.
A proposta entregue poucos dias antes do Natal de 2024 tem 30 dias para análise do juiz do Trabalho da Coordenadoria de Apoio à Execução (CAEX) — como os prazos processuais estão suspensos até 24 de janeiro, pelo recesso do TRT, a expectativa é de que seja homologado no máximo em meados do mês que vem. A assinatura passa pela nova presidência, do desembargador Roque Lucarelli Dattoli.
Pedrinho, presidente do Vasco, espera concluir negociações com credores ao longo de 2025 — Foto: Lucas Figueiredo/Getty Images
O plano trata de repactuação do que já está dentro do Regime Centralizado de Execuções — o RCE prevê repasse de 20% das receitas do clube para a fila de credores -, mas está suspenso por determinação da Justiça do Rio de Janeiro, após pedido do Vasco para iniciar a mediação desde o final de outubro.
Caso o plano seja aceito pela Justiça, ele será integralmente válido para o caso do Vasco e da SAF ingressarem em recuperação judicial ou extrajudicial.
Até agora, houve adesão de mais da metade dos credores trabalhistas do Vasco - segundo o clube, aceitação de cerca de 90% dos 200 credores. O plano tem algumas particularidades. Uma delas é o congelamento de quem tem mais de R$ 5 milhões de crédito a receber. Na negociação com a comissão de credores, o Vasco colocou o teto de R$ 5 milhões.
- A gente fez cálculo que se a gente limitasse o crédito a R$ 5 milhões a gente teria redução de 30% do valor. Se não me engano oito credores estavam nessa faixa (acima de R$ 5 milhões), todos os outros abaixo de R$ 5 milhões. Quem tem até R$ 5 milhões vai receber integral em até 10 anos. Acima de R$ 5 milhões não recebe. Significa que de uma dívida de R$ 250 milhões a gente vai pagar R$ 150 milhões, sem prejudicar ninguém. Só reduzindo um poucos esses poucos que têm acima de 5 milhões - diz Alan Belaciano, que é presidente da Assembleia Geral e advogado trabalhista. Ele tinha série de processos contra o Vasco - leia perfil aqui -, mas passou para outro advogado em 2017.
Fora os maiores credores (o da faixa acima de R$ 5 milhões), o Vasco não colocou deságio na proposta— ou seja, não há desconto contra o credor no pagamento da dívida. O que foge à regra de outros clubes que chegaram a ter de 50% a 90% de desconto em alguns casos de recuperação judicial - veja nesta reportagem do blog do jornalista Rodrigo Capelo.
- Por lei, a gente poderia botar um deságio praticamente num valor que quisesse. Mas, com muito respeito a todos os credores, porque meu pai foi um dos funcionários, então eu sei de toda dificuldade, vamos fazer um acordo praticamente sem deságio, esticando um pouquinho as parcelas. Com isso, a gente tem mais respiro de fluxo de caixa, a gente consegue ir pagando as dívidas, negociando. Só de negociar, isso já encurta muito. Temos uma expectativa de que, com as negociações, a dívida caia talvez até mais do que a metade. E se a gente fizer isso com um cronograma muito bem elaborado de pagamento, a gente consegue sanear as dívidas. O tempo depende muito das receitas que a gente vai ter. Se entrar um investidor, esse tempo é encurtado. Se por um acaso não entrar um investidor, a gente leva um pouco mais de tempo - disse Pedrinho, ao ge na cerimônia de lançamento do Carioca.
No entanto, o plano do Vasco com os credores tem a opção até o 6º ano do acordo do interessado receber o crédito com deságio de 30% sobre o saldo principal - caso faça esta opção, a proposta prevê pagamento do valor remanescente ao credor em quatro parcelas trimestrais de igual valor.
Juros mais baixos
O Vasco tem hoje cerca de R$ 250 milhões em dívidas trabalhistas e tinha que fazer pagamentos da ordem de R$ 4 milhões por mês pelo RCE - o que significava