Resumo de noticias da madrugada
09/07/2025
Confira os detalhes da grave lesão sofrida por Adson
O atacante Adson, do Vasco, voltou a fraturar a tíbia direita. Após duas cirurgias para tratar uma fratura por estresse, ele levou uma pancada em treino nesta terça-feira e sofreu uma nova fratura - desta vez, por trauma - e passou por nova cirurgia. Embora não haja muitos casos como este entre atletas de alto rendimento, esse tipo de recidiva é bem descrito na literatura médica. Entenda os detalhes nesta matéria.
Adson foi diagnosticado com a fratura por estresse na tíbia da perna direita ainda no ano passado. Após sofrer com muitas dores, ele foi submetido a uma cirurgia no início de setembro. A previsão inicial era de que ele pudesse retornar aos gramados cerca de três meses depois, mas teve complicações no processo de recuperação.
Adson em ação pelo Vasco — Foto: Matheus Lima/Vasco
Em determinado momento, o atacante de 24 anos passou a sentir a placa de fixação raspando na perna e precisou ser submetido a um novo procedimento cirúrgico para retirá-la. Por conta deste problema, ele só retornou aos gramados em março de 2025 e, ainda assim, jogou pouco. Adson entrou em campo em 16 partidas, com média de 20 minutos por jogo.
Já nesta semana, em um treino de intertemporada no CT Moacyr Barbosa, no Rio de Janeiro, Adson sofreu uma pancada na região já afetada. Com um calo ósseo formado pela fratura anterior, a perna direita fez um movimento em alavanca que causou a nova fratura direta na tíbia. Ele passou por cirurgia nesta terça-feira e já deu início ao processo de recuperação.
O que é a fratura na tíbia
A tíbia é o segundo maior osso do corpo humano, conhecido como osso da canela, que fica na parte interna da perna, entre o joelho e o tornozelo. É uma estrutura longa, responsável pelo suporte do peso corporal e da movimentação. Ela está associada à realização de atividades como andar, correr e saltar, sendo essencial para um atleta.
A fratura por estresse na tíbia é uma microfratura óssea causada por sobrecarga repetitiva, sendo muito comum em atletas de esportes de impacto, como corrida e futebol. Ela acontece porque o osso não consegue se regenerar na mesma velocidade em que pequenas lesões vão se acumulando após treinos ou atividades físicas.
O tratamento inicial de casos de fratura por estresse não envolve cirurgia. Recomenda-se, essencialmente, o afastamento de atividades que geram impacto. Em caso de manutenção das dores ao longo dos meses, a cirurgia é indicada, como foi o caso de Adson. No procedimento, costuma haver a fixação interna com placa e parafusos ou haste intramedular.
Apesar do retorno ao esporte acontecer em alguns meses após a intervenção cirúrgica, a remodelação óssea pode durar até mais de um ano, como explica o médico ortopedista Adriano Leonardi. A fratura por estresse provoca micro danos repetidos no osso e, mesmo após a consolidação cirúrgica, a região pode permanecer com alterações na qualidade óssea.
Dessa forma, uma pancada em uma região que já sofreu estresse crônico apresenta maior risco de nova fratura, especialmente se a remodelação óssea ainda não estiver totalmente consolidada. Essa é uma das causas que influenciou a nova lesão de Adson.
Adson em ação com a camisa do Vasco — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF
- A fratura por estresse ocorre por sobrecarga repetitiva, geralmente em atletas de alto rendimento, como é o caso do Adson. Mesmo após a consolidação, a área permanece como um ponto potencialmente vulnerável, principalmente se o osso tiver passado por cirurgias, como foi o caso. Se houver um novo trauma direto na mesma região, a chance de fratura reincidente é real, especialmente se houver alguma alteração biomecânica ou enfraquecimento ósseo residual - explica o ortopedista Thiago Lima, da Casa Saúde São José.
De forma resumida, Adson sofreu dois tipos diferentes de fratura, mas no mesmo local. Apesar das causas distintas, uma lesão influenciou o risco da outra.
Fratura por estresse: causada por sobrecarg