Resumo de noticias da noite
20/09/2025



Ex-chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme diz que árbitros ganham mal e são carentes

Abre Aspas: Seneme diz que árbitros ganham mal e são carentes e afirma: "Sistema é falido"

Wilson Luiz Seneme tinha como grande sonho fazer sucesso no futebol. Durante quase uma década, a carreira como jogador pouco lhe trouxe de retorno financeiro e convicção de que poderia sobreviver fazendo o que mais amava.

Depois de atuar na base do Guarani, passar pelo União São João na mesma época do ex-lateral Roberto Carlos e rodar por outros times de menor expressão no interior de São Paulo e do Paraná, Seneme desistiu da carreira aos 25 anos para se dedicar à profissão de educador físico.

A arbitragem surgiu aos fins de semana como uma forma de complementar a renda e seguir ligado ao futebol. Foi a partir desse momento que a vida dele mudou totalmente.

Wilson Seneme em entrevista ao Abre Aspas — Foto: Marcos Ribolli

Após quase duas décadas como um dos principais árbitros do futebol brasileiro e sul-americano e ostentar o escudo da Fifa, Wilson Seneme passou a atuar como gestor na Conmebol, sendo consultor da Fifa e mais recentemente como o chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, de onde foi demitido em fevereiro deste ano. A saída, até agora, não foi digerida.

– Sou extremamente frustrado de ter sido interrompido na metade de um processo. Eu recebi a palavra de que seria apoiado. Estava empregado na Conmebol, o meu destaque na Conmebol foi que despertou o interesse de me convidarem para vir para a CBF. E apresentei o meu projeto, apresentei as condições e não sabia, e aí eu aprendi, que tem que assinar. Agora eu aprendi, porque esperava que a palavra servisse, ser interrompido nesse meio do caminho foi algo frustrante, decepcionante.

– Estou trabalhando para tentar ainda assimilar essa situação. Acredito que a arbitragem tem que ser democratizada, não dá para uma instituição querer que todo mundo conheça os critérios da arbitragem. Ela precisa de ajuda, precisa de instituições privadas que possam auxiliar seriamente a propagar e divulgar a interpretação das regras do jogo – disse.

Abre Aspas: Ex-chefe de arbitragem analisa árbitro de vídeo no Brasil: "É bom"

Responsável pela implementação do árbitro de vídeo no futebol sul-americano, Seneme defende a ferramenta das críticas. Ele afirma que os profissionais do Brasil não devem nada, por exemplo, aos da Premier League e que a tecnologia chegou para mudar a forma como os árbitros se comportam em campo.

– Eu acho que ele (VAR) é bom, não é ruim. Se a gente parar para analisar, a quantidade de benefícios é muito maior do que dos prejuízos. Se você for na Premier League e perguntar se o VAR da Inglaterra é bom ou ruim, a grande maioria vai falar que é ruim, porque eles não sabem o critério que o VAR tem. Então esse é um desafio grande, a gente melhorar esse entendimento da hora certa de um árbitro de vídeo participar. Isso é bastante difícil, é um grande desafio para todos.

– Acredito que o caminho está correto, que a tecnologia do impedimento semiautomático vai ajudar quando implementado no futebol brasileiro, vai dar mais credibilidade. Mas acredito também que só se fala do VAR porque os árbitros de campo no Brasil não estão sendo eficientes como poderiam ser. Por isso que na vitrine está o VAR, porque, quando temos jogos com arbitragens eficientes, o VAR não vira vitrine. Acredito que esse é o caminho, nós precisamos melhorar muito a qualidade do árbitro de campo para que a gente fale menos de VAR.

Wilson Seneme em entrevista ao Abre Aspas — Foto: Marcos Ribolli

Seneme defende a profissionalização da arbitragem como um caminho para amenizar a pressão e as críticas que a categoria sofre.

– Um árbitro na Conmebol ganha US$ 3.300 num jogo, transforma isso em real (R$ 17,4 mil na cotação atual). Sabe quanto ganha o Raphael Claus, que é um dos melhores árbitros do mundo? Ganha R$ 8 mil para apitar um jogo. É muito, mas quantos Raphael Claus você tem no Brasi









VascoTube